MEU JEITO DE AMAR

MEU JEITO DE AMAR

Não sou de alardes. Gosto das coisas quietas, calmas, sem muito fuzuê. Tenho o tom de voz baixo, prefiro não chamar atenção e é difícil me ver gritar. Quando quero ser ouvida, sei me fazer ouvir. E de preferência sem precisar levantar a voz. No dia a dia, prefiro a discrição. Plumas e paetês não me apetecem.

Constranjo-me com facilidade. Não tenho problema em ser o centro das atenções, desde que a atenção seja merecida. Não sou adepta do barulho pelo barulho, prefiro a quietude do cotidiano e deixo o tumulto para quando ele é necessário.

E sou assim também com o amor. É uma questão de estilo. Não me verão fazendo serenatas, recitando poemas em público, soltando fogos de artifícios ou pulando em sofás para demonstrar o que sinto. Se me perguntarem como estão as coisas, provavelmente receberão um “tudo ótimo” e não se fala mais disso. Também no amor prefiro a discrição.

Quem me conhece talvez perceba a sutil diferença de me ver apaixonada, quem não me conhece talvez não perceba. Nem faço muita questão. Meu amor é meu, e quando passa a ser nosso, nosso amor é nosso e pra mim isso basta.

Não jogo para torcida. As declarações serão espontâneas e feitas quando sentidas. Talvez sejam públicas, pois não tenho vergonha do meu amor. Mas a maioria é feita a dois, a sós, sem que ninguém veja.

É que não amo aos berros, amo no meu tom de voz, que é baixo. Amo assim, do meu jeito de amar. Então não se incomode se não te der abraços apertados no meio da rua, se não escrever teu nome no mural ou se nunca te fizer uma serenata. Não é do meu feitio.

Mas saberás que te amo. Prometo que saberás que te amo só pelo jeito que te olho. Saberás que meu riso constrangido diz muito mais do que mil gargalhadas espalhafatosas. Com o tempo vais aprender que meu abraço meio trancado é, na verdade, um lugar em que poderás se sentir sempre seguro e de lá não precisa mais sair. Verás que não dou pulos de alegria, mas sempre te tirarei pra dançar e que se não bato as portas com força, sempre abrirei a porta do carro pra ti. Não te farei serenatas, mas escreverei cartas e textos. E mesmo que sejam poucos, ou não tantos quanto gostaria, serão sempre sinceros e sempre pra ti. Espero que veja que eu amo nos detalhes e não sob os holofotes.

E se as plumas e paetês não te fizerem falta, se meu tom de voz baixo e olhar discreto te fizerem feliz, então te convido pra ficar o tempo que quiser. Porque só sei amar desse jeito, mas se aceitar o meu jeito, te prometo te fazer espalhafatosamente feliz.